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Quinta-feira da Vigésima quinta e última semana depois de Pentecostes

Da assistência à Santa Missa

Do livro "Meditações de Santo Afonso de Ligório para cada dia do ano"... Immolabit (agnum) universa multitudo filiorum Isra...


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Meditações para todos os dias

Santo Afonso

Immolabit (agnum) universa multitudo filiorum Israel – “Toda a multidão dos filhos de Israel imolará (um cordeiro)” (Ex 12, 6)

Sumário. Para ouvir a missa com devoção, devemos ter bem presente que o sacrifício do altar é o mesmo que foi um dia oferecido no Calvário, posto que se ofereça sem derramamento de sangue. Avivemos, pois, a nossa fé, e, quando assistirmos aos augustos mistérios, afiguremo-nos que em companhia de Maria Santíssima e de São João estamos ao pé da árvore da Cruz, para oferecer ao Pai Eterno a vida de seu Filho adorável. E, quando tivermos a ventura de comungar, façamos que bebemos o Sangue preciosíssimo do Coração amável de Jesus Cristo.

I. Para ouvir a missa com devoção, devemos ter bem presente que o sacrifício do altar é o mesmo que foi oferecido um dia no Calvário; com esta diferença: que ali o sangue de Jesus se derramou realmente, e aqui só se derrama misticamente. Se então tivesses estado no Calvário, com que devoção e ternura terias assistido a tão sublime sacrifício! Aviva, pois, a tua fé e pensa que a mesma oferenda de então se renova sobre o altar pela mão do sacerdote. Por isso, cada vez que assistires à missa, afigura-te que em companhia de Maria Santíssima e de São João te achas ao pé da árvore da Cruz, para ofereceres a Deus Pai a vida de seu adorável Filho. Se tiveres ainda a ventura de comungar, faze que da chaga do sagrado Coração de Jesus estás bebendo o seu preciosíssimo Sangue.

Além disso deves lembrar-te que o assistir à missa é de algum modo oferecê-la; porque o sacerdote, sendo ministro público, obra, fala e ora em nome de todos os fiéis e em particular daqueles que assistem. De modo que, ouvindo devotamente a missa, também tu, posto que não sejas sacerdote, ofereces de algum modo a Deus um sacrifício de valor infinito, e pagas-Lhe, segundo a justiça, as quatro grandes dividas que Lhe deves: a de honrá-Lo tanto como merece a sua grandeza; a de satisfazer-Lhe, conforme exige a sua justiça; a de agradecer-Lhe à proporção da sua liberalidade; e finalmente a de pedir-Lhe tudo o que exige a nossa miséria.

É, pois, com razão que um autor célebre dizia:

“Antes quisera eu perder o mundo inteiro, do que uma só missa, porque sei que o que na terra podemos fazer de mais sublime para a glória de Deus é exatamente a missa, na qual o próprio Jesus Cristo se oferece para dar a seu Pai uma glória infinita. — Que consolo sinto depois de assistir à missa! Então, posto que não seja sacerdote, eu também ofereci à Deus um sacrifício de valor infinito. Ó meu amado Jesus, que tesouro inestimável possuímos em Vós, se soubéssemos apreciá-lo.” (1)

II. Ainda que a missa tenha um valor infinito, Deus o aceita de um modo finito, segundo a disposição daquele que a ouve. Por isso, procura ouvir quantas missas puderes. — Visto que a Igreja católica tem seus ministros em todas as regiões que o sol ilumina sucessivamente, e assim, por consequência, não há hora do dia ou da noite em que não se celebre em alguma parte do mundo o divino sacrifício, forma de manhã a intenção de assistir a todos estos milhares de missas, e com este pensamento consolador santifica todas as ocupações do dia e todos os momentos de insônia durante a noite.

Convence-te de que o dia começado devotamente ao pé do altar será um dia acompanhado da bênção de Jesus Cristo; será, portanto, um dia cristão e cheio de merecimentos para a vida e para a eternidade. Oh! Quão abundante provisão de paciência, de força, de resignação para durante o dia tiram as almas desta fonte inesgotável do divino sacrifício!

Meu Deus, adoro a vossa Majestade infinita e quisera honrar-Vos tanto como mereceis. Mas que honra Vos pode dar um pecador miserável? Ofereço-Vos a honra que continuamente Vos tributa Jesus Cristo sobre o altar em todas as missas que agora estão sendo celebradas e serão celebradas no futuro, até à consumação dos séculos.

— Detesto, ó Senhor, e abomino mais que todos os males, os desgostos que Vos hei causado, e em satisfação ofereço-Vos o vosso Filho, que por nosso amor se sacrifica novamente sobre o altar. Eu Vô-lo ofereço também em ação de graças por todos os favores que me tendes dispensado desde o princípio da minha vida até ao presente. Rogo-Vos, pelos merecimentos desse preciosíssimo Sangue, que me perdoeis as ingratidões para convosco, e me concedais um amor ardente a Jesus sacramentado, e a santa perseverança até à morte.

— Ó grande Mãe de Deus e minha Mãe, Maria, peço-vos a mesma graça.

Referências:

(1) M. de Bernières

(LIGÓRIO, Afonso Maria de. Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo III: Desde a Décima Segunda Semana depois de Pentecostes até o fim do ano eclesiástico. Friburgo: Herder & Cia, 1922, p. 326-329)

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