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Quinta-feira da Vigésima Primeira Semana depois de Pentecostes

Jesus no Santíssimo Sacramento, nosso bom Pastor

Do livro "Meditações de Santo Afonso de Ligório para cada dia do ano"... Ego sum pastor bonus – “Eu sou o bom pastor” (Jo 1...


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Meditações para todos os dias

Santo Afonso

Ego sum pastor bonus – “Eu sou o bom pastor” (Jo 10, 14)

Sumário. O ofício de bom pastor é guiar as suas ovelhas, apascentá-las e defendê-las contra os lobos devoradores. Depois de ter cumprido este tríplice dever durante toda a sua vida terrestre, Jesus continua a cumpri-lo no Santíssimo Sacramento do Altar. Aí Ele nos guia pelos exemplos, defende-nos contra os inimigos espirituais, e alimenta-nos com o seu corpo imaculado. Se quisermos progredir na vida espiritual, nunca percamos de vista o nosso amante Pastor, visitemo-Lo frequentemente, e lembremo-nos que, se ficarmos perto d’Ele, receberemos os seus mais especiais favores.

I. O ofício do bom pastor é guiar as suas ovelhas, apascentá-las e defendê-las contra os lobos devoradores. Depois de ter cumprido este tríplice dever durante toda a sua vida terrestre, Jesus Cristo continua a cumpri-lo ainda no Santíssimo Sacramento do Altar. — Em primeiro lugar, lá, de dentro do tabernáculo, Ele nos guia pelos seus exemplos de humildade profunda e de paciência perfeita no meio dos muitos ultrajes que recebe; de grande resignação e de obediência pronta a cada aceno dos sacerdotes; e sobretudo de ardente caridade e zelo extremo pela glória de Deus e salvação das almas.

Jesus não só nos guia, mas nos defende também contra os lobos, isto é, contra os três inimigos formidáveis de nossa salvação eterna, subministrando-nos armas poderosas, para sustentarmos o combate contra as tentações malignas do demônio, contra as máximas perversas do mundo e contra os apetites desregrados da carne corrompida. — Muitas vezes apaga até o ardor das paixões que nos consomem. Pelo que dizia São Bernardo: “Se alguém dentre vós não experimenta mais tão frequentes nem tão violentos movimentos de ira, de inveja, de luxúria, agradeça-o ao Santíssimo Sacramento, que produziu efeito tão salutar.”

Finalmente, na santíssima Eucaristia Jesus Cristo nos apascenta com o seu corpo imaculado. “ Qual o pastor ”, pergunta São Crisóstomo, “ que apascenta suas ovelhas com seu próprio sangue? As próprias mães dão muitas vezes seus filhos a amas que os nutram. Mas Jesus no Santíssimo Sacramento alimenta-nos com o seu próprio sangue e nos une a si ”. — “ Ó céus! ” exclama o Santo, “ nós nos unimos a Jesus e nos tornamos um só corpo e uma só carne com esse Senhor no qual os anjos não se atrevem a fitar os olhos: Huic nos unimur, et facti sumus unum corpus et una caro. ” Oh, que Pastor verdadeiramente admirável é Jesus na Santíssima Eucaristia!

II. Toma por regra comungares ao menos de oito em oito dias, com o firme propósito de nunca o deixares por qualquer negócio terreno. Além da santa missa, faze, enquanto possível, cada dia uma visita a Jesus sacramentado fazendo então uma comunhão espiritual. “ Cuida ”, diz Santa Teresa, “ de não te separares de Jesus, e de nunca perderes de vista teu muito amado Pastor, porque as ovelhas que ficam perto de seu Pastor são sempre as mais acariciadas e favorecidas, e nunca Ele deixa de lhe dar algum pedaço escolhido do que Ele próprio come.

Ó meu Redentor sacramentado, eis-me aqui perto de Vós: o único sinal de ternura que Vos rogo é o fervor e a perseverança no vosso amor. Graças vos dou, ó santa fé: Vós é que me ensinais com certeza que no divino Sacramento do Altar, neste Pão celeste, não há mais pão, que meu Senhor Jesus Cristo está aí todo inteiro e aí mora por meu amor. Meu Senhor e meu Tudo, creio que estais presente no Santíssimo Sacramento; e ainda que Vos não veja com os olhos da carne, Vos reconheço com a luz da fé, na hóstia consagrada, por Soberano do céu e da terra e Salvador do mundo.

Ah, dulcíssimo Jesus! Assim como sois minha esperança, minha salvação, minha força, minha consolação, quero que sejais também todo o meu amor, o único objeto de todos os meus pensamentos, de todos os meus desejos, de todos os meus afetos. Alegro-me com a suprema felicidade de que gozais e gozareis eternamente, mais do que com todos os bens que eu pudesse jamais ter no tempo e na eternidade. O meu supremo contentamento é saber que sois plenamente feliz e que a vossa felicidade é eterna. Reinai, pois, Senhor, reinai absolutamente na minha alma; eu Vô-la dou inteira; possui-a para sempre. Só à vossa vontade e glória sirva tudo o que em mim existe: vontade, sentidos, potenciais. — Tal foi a vossa vida, ó primeira Amante e Mãe de meu Jesus, Maria Santíssima; ajudai-me e obtende-me a graça de viver doravante, como vós sempre vivestes, toda feliz por serdes de Jesus sem reserva.

(LIGÓRIO, Afonso Maria de. Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo III: Desde a Décima Segunda Semana depois de Pentecostes até o fim do ano eclesiástico. Friburgo: Herder & Cia, 1922, p. 181-183)

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Eucaristia
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