logo burning flame
homeLivrosAutoresTópicosAprendaContato
logo burning flame
Quinta-Feira depois do quarto Domingo da Quaresma

A morte de Lázaro

Do livro "Meditações para a Quaresma dos textos de São Tomás de Aquino"... Nosso amigo Lázaro dorme I. Chamamos alguém d...


Image for Meditações para a Quaresma
Meditações para a Quaresma

St. Tomás de Aquino

Nosso amigo Lázaro dorme
Jo. 11, 11

I. Chamamos alguém de "Nosso amigo", por causa dos numerosos benefícios e serviços que nos prestou; é por isso que não devemos faltar-lhe na necessidade.

"... Lázaro dorme": essa a razão de precisarmos socorrê-lo. "Aquele que é amigo... torna-se um irmão no tempo da desventura"(Pv. 17, 17). No dizer de santo Agostinho, ele dorme para o Senhor; para os homens, que não o podem ressuscitar, está morto.

A palavra sono pode ser utilizada para significar muitas coisas: o próprio sono natural, as negligências, o sono da culpa, o repouso da contemplação ou da glória futura e, por vezes, a morte, como diz são Paulo, "não queremos, irmãos, que estais na ignorância acerca dos que dormem, para que não vos entristeçais como os outros, que não têm esperança"(1Ts. 4, 13).

A morte é chamada de sono por causa da esperança da ressurreição. Por isso costuma-se chamá-la de "repouso" desde o tempo em que Nosso Senhor morreu e ressuscitou: "Deitei-me e adormeci"(Ps. 3, 6).

II. "mas vou despertá-lo." Com isso, Jesus dá a entender que lhe é tão fácil ressuscitar Lázaro do túmulo quanto despertar alguém da cama. Nada que possa surpreender, pois é Ele quem suscita os mortos e os vivifica. Por isso disse: "Não vos admireis disso, porque virá tempo em que todos os que se encontram nos sepulcros escutarão a voz do Filho de Deus"(Jo. 5, 28).

III. "vamos ter com ele". Brilha aqui a clemência de Deus, enquanto os homens, em estado de pecado e como mortos, não podem por si mesmos ir até Ele, é Ele quem os atrai, precedendo-lhes misericordiosamente, como aquilo das Escrituras: "Eu amei-te com amor eterno; por isso, mantive o meu favor para contigo" (Je. 31, 3).

IV. "Chegou, pois, Jesus, e encontrou-o já há quatro dias no sepulcro." Segundo santo Agostinho, Lázaro, morto há quatro dias, significa o pecador retido pela morte de um pecado quádruplo: o pecado original, o pecado contra a lei natural, o pecado atual contra a lei positiva, o pecado atual contra a lei do Evangelho e da graça.

Ou então, pode-se dizer que o primeiro dia é o pecado do coração, cf. "tirai de diante dos meus olhos a malícia dos vossos pensamentos"(Is. 1, 16); o segundo, o pecado da língua, "Nenhuma palavra má saia da vossa boca" (Ef. 4, 19); o terceiro, o pecado das obras, sobre o qual diz Isaías, "cessai de fazer o mal" (Is. 1, 16); o quarto dia é o pecado dos hábitos maus.

De qualquer modo que se exponha o texto, o Senhor cura por vezes os mortos de quatro dias, isto é, os que transgridem a lei do Evangelho e estão presos no hábito do pecado.

In Joan, XI

Tópicos nesta meditação:

Doença
Sugerir um Tópico

Gostou da leitura? Compartilhe com um amigo...

previous

O amigo divino

Quarta-Feira depois do quarto Domingo da Quaresma