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Sábado depois do terceiro Domingo da Quaresma

Pela Paixão fomos reconciliados com Deus

Do livro "Meditações para a Quaresma dos textos de São Tomás de Aquino"... Fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Fi...


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Meditações para a Quaresma

St. Tomás de Aquino

Fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho
Rm. 5, 10

Pela Paixão de Cristo fomos liberados do reato da pena de dois modos:

1. — A Paixão de Cristo é a causa de nossa reconciliação com Deus, de dois modos.

Primeiro porque remove o pecado pelo qual os homens são constituídos inimigos de Deus, segundo aquilo da Escritura (Sa. 14, 9): Deus igualmente aborreceu ao ímpio e a sua impiedade. E noutro lugar (Ps. 5, 7): Aborreces a todos os que obram a iniqüidade.

De outro modo, como sacrifício muito aceito de Deus; assim como perdoamos uma ofensa cometida contra nós quando recebemos um serviço que nos é prestado. Donde o dizer a Escritura (1Rs. 26, 19): Se o Senhor te incita contra mim, receba ele o cheiro do sacrifício. Semelhantemente, o ter Cristo sofrido voluntariamente foi um bem tão grande, que em razão desse bem descoberto em a natureza humana, Deus se aplacou no tocante a qualquer ofensa do gênero humano, contanto que o homem se una com a Paixão de Cristo, segundo a fé e a caridade.

Não se diz que a Paixão de Cristo nos reconciliou com Deus porque de novo nos começasse a amar, pois está na Escritura (Je. 31, 3): Com amor eterno te amei. Mas porque a Paixão de Cristo eliminou a causa do ódio, quer por ter delido o pecado, quer pela compensação de um bem mais aceitável.

IIIa q. XLIX a. 4

2. — Se pensarmos naqueles que O lançaram à morte, a Paixão de Cristo foi verdadeiramente uma causa de indignação. Mas, a caridade de Cristo padecendo foi maior que a iniqüidade dos homens. Por isso a Paixão de Cristo é mais eficaz para reconciliar com Deus todo o gênero humano que para provocar sua cólera.

O amor de Deus por nós se revela nos seus efeitos. Dizemos que Deus faz participar de sua bondade aqueles que ama. Ora, a maior e mais completa participação na sua bondade consiste na visão da sua essência, pela qual privamos com Ele como amigos, pois a beatitude consiste nesta serenidade.

Assim, pode-se dizer simplesmente que Deus ama a quem admite a esta visão, quer pelo dom real, quer pelo dom da causa — como ocorre com aqueles a quem Deus deu o Espírito Santo como penhor desta visão. Pelo pecado, porém, ao homem foi retirada esta participação na bondade divina, ou seja, a visão de sua essência; e sob este aspecto, diz-se que o homem estava privado do amor de Deus. Ora, após Cristo ter satisfeito por nós pela sua Paixão, e conseguido que fossemos readmitidos à visão de Deus, diz-se que nos reconciliou com Deus.

2 Dist. 19, q. I, a. 5

Tópicos nesta meditação:

Paixão
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Pela Paixão fomos liberados da pena do pecado.

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