O Pão sem Açúcar e o Açúcar sem Pão
Do livro "Breviário da Confiança por Monsenhor Ascânio Brandão"... Muita gente procura mais, na devoção, as consolaçõ...
Muita gente procura mais, na devoção, as consolações de Deus do que o Deus das consolações -- diz o autor da "Imitação". Como as crianças que não procuram um alimento substancial, contentando-se com as guloseimas, confeitos e doces, querem certas almas um fervor sensível, as doçuras da oração. Se Deus lhes retira as consolações, queixam-se, abatem-se e murmuram. E não é raro que cheguem até a deixar os exercícios de piedade. O amor Divino traz uma doçura infinita, enche e transborda o coração, mas nem sempre é todo de alegrias e consolações. Jesus Cristo é um Esposo Crucificado. E ninguém O pode amar verdadeiramente sem a cruz. O pão da dor -- de que fala o Salmista, deve ser o alimento preferido das almas que aspiram a uma piedade sólida e seguem o Divino Mestre até o Calvário. Santa Catarina de Sena experimentou tantas securas na devoção que se julgou abandonada por Deus. Santa Teresinha, durante longos anos, provou a mais cruciante aridez espiritual. E estas Santas foram duas almas seráficas! Muitas almas preferem, como diz São Francisco de Sales, o pão sem açúcar de uma devoção bem sólida e, mesmo sem consolações, provam, até o sacrifício, o seu verdadeiro amor a Jesus Cristo. Outras querem apenas açúcar das consolações e rejeitam o pão do sacrifício, pão substancial da dor. Ó meu Jesus, prefiro o Vosso pão sem açúcar ao Vosso açúcar sem pão!
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