A Calúnia
From book "Breviário da Confiança por Monsenhor Ascânio Brandão"... Ah! Como dói a calúnia! Como é duro viver sob o pe...
Ah! Como dói a calúnia! Como é duro viver sob o peso duma infâmia, humilhado, abatido, coberto de vergonha! Mas olhemos para a cruz! "Jesus Crucificado! Eis a verdadeira serpente de bronze que nos cura as mordeduras elas línguas de áspides maldizentes", dizia São Francisco de Sales 1. Nosso Senhor, caluniado -- diz o Evangelho -- calava-se. Quando nos calamos, Deus fala por nós. Que é, afinal, essa reputação pela qual tanto sofremos? Uma opinião, uma sombra, uma fumaça! Deus sabe tudo e Ele nos há de julgar! Nada valem os juízos dos homens. Tenhamos confiança e não seremos abandonados. No dia do Juízo, tudo se há de esclarecer e a recompensa virá. São Geraldo Magela foi caluniado de um crime horroroso por uma mulher indigna. Santo Afonso, perturbado, chamou o santo e o fez ciente da acusação. Conservando-se impassível como o mármore, Geraldo não pronunciou uma palavra. Santo Afonso proibiu-lhe a comunhão e toda relação fora do convento. O irmão nem sequer murmurou. Aconselharam-no a defender-se e, ao menos, a pedir licença para comungar. "Não -- respondeu o santo -- Morramos esmagados sob a vontade de Deus!" Cinquenta dias depois, a mulher infame, sob o peso do remorso, retratou-se da calúnia. Geraldo não se comoveu e, quando Santo Afonso lhe perguntou o motivo por que se havia calado e não se justificara, ele respondeu: "Meu Pai, é que a Regra me ordena que não me escuse, mas que sofra em silêncio toda espécie de mortificação!"
Que exemplo para o nosso orgulho, que não suporta nem uma leve suspeita!
Footnotes:
-
l' Esprit de Saint François de Salles - I. ↩
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