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Diálogo sobre a meditação

No começo do seu livro "Breves Meditações para todos os dias do ano" (não disponibilizado no nosso site) o frei Pedro Sinzig nos propõe um diálogo entre 2 personagens, no qual, um deles, tenta convencer o outro de que a meditação pode ser feita por todos.


- Eu meditar?!
- E por que não? Meditar é conversar com Deus, é refletir sobre as verdades da Santa Religião, é conhecer-se mais a si mesmo, é tomar boas resoluções, é antecipar a ocupação celestial, e isto te poderá ser alheio?

- Mas é costume só de clérigos e religiosos.
- De fato, é costume, porque os sacerdotes e os religiosos prezam realmente a garantia de sua salvação eterna e seu progresso espiritual. Se, porém, eles, afastados dos perigos do mundo, julgam necessária a meditação, quanto mais indispensável se torna ela aos seculares, tão expostos ao esquecimento dos deveres cristãos!

- Mas não é uso fazer meditações.
- Sim, não é uso geral. Quem estranhará isto? Não disse Jesus: "Muitos são chamados, mas poucos serão escolhidos"? Quem seguir as máximas e os costumes do mundo, verá um dia, com grande susto, que não caminhou no trilho estreito que leva ao céu, e sim na estrada larga que desemboca na eterna perdição.

- A meditação parece coisa dispensável.
- Pelo contrário. O céu não é fruto que por si caia na boca de quem o quer. Para empregar séria e constantemente os meios de salvação da alma, é preciso muita e muita reflexão, que faça compenetrar-se da indiscutível verdade: Só uma coisa é necessária!

- Ainda que quisesse meditar, falta-me tempo.
- É sério? Deus acaso foi injusto contigo, não te concedendo o tempo para te salvares? Oxalá que francamente confessasses que só para a meditação e outras obras de piedade te falta tempo; que este não falta para o descanso, o recreio, a diversão, a satisfação da própria vontade e, às vezes, o pecado. Ninguém te pede negligenciar trabalhos e obrigações; antes, a meditação, ainda que feita só por minutos, te fará ser mais pontual no cumprimento de todos os deveres.

- Mas não posso; falta-me a prática, ocorrem-me mil distrações.
- Deus exigirá de ti o que não podes? Ao filho amoroso não custa pensar no pai, e tu serias incapaz de conversar com Deus? Pensar em seus benefícios, na encarnação, vida e morte de Jesus? Nos últimos momentos que te esperam: morte, juízo, inferno ou céu? - Não te assustem as distrações. O demônio não se oporia ao que te traz vantagens inestimáveis?... Para que Deus te ajude e conforma-te com sua santa vontade, quer te deixe saborear as doçuras de sua presença, quer te prove por aparente desamparo.

- E como poderei meditar?
- Se não preferes outro método, poderá servir-te o seguinte...

Método de Meditação segundo Frei Pedro Sinzig