O Amor de Deus e o Amor do Bem
Do livro "Breviário da Confiança por Monsenhor Ascânio Brandão"... Há sofrimentos inevitáveis aos que lutam no campo ...
Há sofrimentos inevitáveis aos que lutam no campo do apostolado: contradições, ciúmes, perseguições. Quem tem a pureza de intenção e trabalha com os olhos fitos em Deus, tudo vence e não se abate. O apóstolo imperfeito, de uma virtude medíocre, desanima. "Há uma confusão -- diz o Pe. Dosda 1 -- entre o amor de Deus e o amor do bem. Sofreríamos menos, se compreendêssemos melhor essa distinção. Há circunstâncias em que precisamos deixar o bem que Deus não pede de nós, para nos apegar só a Ele e entregar-nos inteiramente à Sua Divina Providência. A procura do bem não é verdadeira caridade, quando se quer o bem com uma intenção má ou até mesmo quando se quer o bem pelo bem. A Divina caridade quer, sem dúvida, o bem, mas Ela o quer por Deus. Quantos desânimos, quanta inveja e ciúmes, quanta pequenez entre homens menos amigos de Nosso Senhor do que do bem! Seus esforços para o bem muitas vezes não adiantam e eles ficam desapontados. Vêm outros participar dos mesmos trabalhos que eles e ficam invejosos e ciumentos. Para realizar suas empresas, não receiam desacreditar ou contrariar outros operários da mesma obra, tão grande, a de Redenção. Amam-se a si próprios e querem mais o bem humano do que o bem Divino. Fazem que vão a Jesus Cristo e não fazem mais do que uma habilíssima e, muitas vezes, inconveniente volta sobre si mesmos. Ignoram a diferença que há entre um homem do bem e um homem de Deus. Quantas obras brilhantes na aparência são estéreis na realidade, porque o amor próprio, mais do que o amor Divino, presidiu a sua formação e direção! Eis aí porque sofrem e se afadigam e se aborrecem tantos que trabalham na seara do Senhor!"
Notas de Rodapé:
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Pe. Dosda - "L' Union avec Dieu" - Cs. 111 e X. (A união com Deus). ↩
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